sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Nobody Knows

Um dos vídeos mais fofos dos últimos tempos:

"And she fights for her life..."

(Her Morning Elegance - Oren Lavie)

você não vai, não

não sei lidar com despedidas.
com afastamentos.
com perdas (nem com as necessárias).

resisto, choro, sinto falta.
me esforço pra construir atalhos
- na memória e no cotidiano -
que impeçam o retirante de fugir da minha vida.

e sou, quase sempre, incansável e repetitiva.
imaturidade ou carência, dizem.
mas não quero perder essa mania.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Alicerce

Texto lindo, lindo. Do blog Para Francisco:

"Você vai aprender, filho. Que a intensidade pode roubar você de si mesmo. Que é preciso leveza para se pertencer. Você vai aprender a se distrair no meio do caminho – para ter o privilégio de errar. Vai aprender que as descobertas estão nos atalhos. E que é preciso alcançar o escuro denso para estar diante de todas as possibilidades. Você vai aprender a se deitar noite escura e amanhecer ensolarado. E vai entender que na perda mora o verdadeiro começo. Talvez você leve meia vida para isso. Talvez mais, como eu. Mas até lá, olha que sorte: eu vou estar segurando a sua mão".

E uma música que me faz lembrar do meu porto-seguro:



Butterfly - Corine Bailey Rae

In my mother's house
there's a photograph
of a day gone past
always makes me laugh
There's a little girl
wary of the world
she got much to learn
get her fingers burned
an infinty
between you and me
coz we're family
said that i'd be fine
give me all your time
and I left your side
like a butterfly

shower me with your love
all of everyday
you make the new gold sun
shine on me
lift me up so high
watch me fly away
would you live your life
like a butterfly

In my mother's house
there was happiness
I ride my myself in it
was my cresolence
as my life unfolds
see a pattern through
of you protecting me
and i protecting you
what was i to say
make your own mistakes
make sure that you remain the same
now i realise
what was on your mind
when i left your side
like a butter fly

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Eu preciso


Preciso me alongar. Ser mais flexível. Em todos os sentidos.

Preciso silenciar. Prestar mais atenção ao que está dentro. Tenho me distraído com coisas fáceis.

Preciso respirar fundo. Inspirar menos do mesmo. Tédio me tira o fôlego.

Preciso falar mais baixo. Grito e não escuto meus exageros. As palavras viram zunidos depois.

Preciso beijar melhor. Ando burocrática. E ele merece mais romantismo.

Preciso parar de roer as unhas. Quero vê-las sobreviver a minha ansiedade assassina.

Preciso tolerar defeitos. Meus e dos outros. Qualidade difícil essa.

Preciso reduzir para um décimo meu perfeccionismo. As coisas nem sempre saem como gostaria, eu sei. Mas ainda frustam.

Preciso saborear as conquistas. Me cumprimentar por elas. Costumo trocá-las por novos desafios.

Preciso me descomplicar. Aceitar o que não posso compreender, o que não consigo ser, o que talvez não tenha solução. Simples assim.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Amor de peluda

O que eu sinto por ela é coisa que não se explica.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Mais areia na bunda

Olhei para os dois empanados de areia: os cílios pesados com aquela poeira fina, os dedos afundando num montinho (e depois na boca), o maiô PP todo desajeitado. Entretidos, com aquele sorriso silenciosamente concentrado. Fiquei hipnotizada. Meus priminhos estavam com três anos e haviam superado a fase colinho/chatices. Curiosa, a prima mais velha observava aquelas duas crianças na praia totalmente desligadas do que as cercava. E daí que o casal da mesa ao lado discutia aos berros? E que o protetor solar havia vencido há horas enquanto o sol torrava-lhes as costas? E que os pais, os tios e os amigos dos tios comentavam sobre um acidente de jet ski que acabara em morte naquele pedaço de mar em frente? E que a Faixa de Gaza gerava outra guerra no Oriente Médio? E que a crise financeira havia congelado vagas de emprego em 2009?

A única e desesperadora preocupação daqueles bochechudos era achar um bom palito de sorvete descartado no chão por algum mal-educado. Riscar os contornos do castelinho, certamente, era bem mais interessante. Concordei. Afastei minha cadeira de plástico e me estatelei naquela areia gelada. Não foi simples assim. Demorei pra entrar na "bolha" do Caio e da Andressa. Por alguns minutos, a fútil preocupação de que quando a brincadeira acabasse eu precisaria atravessar milhares de pessoas com a bunda imunda até a água... Verdade: quase desisti.

Me dei conta de quantas coisas deliciosas eu perdi na infância e mesmo agora (fase dita adulta) por medo de me sujar. De me importar com o que os outros pensam. E dar importância demais ao que eu mesma penso. Coisa chata se levar tão a sério. Aos poucos, consegui esquecer minha bunda, a areia grudada, algumas vizinhas e vizinhos de guarda-sol assistindo a cena. Quando enjoamos dos castelinhos e caminhei com eles até o mar, superando toda aquela aflição idiota, vem a Andressa e me solta: "Nat, agora a gente vai brincar de pega pega". Quem disse que eu lembrei dos quilos a mais, da parte de cima do biquini que fazia tentativas de fuga, do cabelo desgrenhado?

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Fica?


Quem inventou essas diferenças absurdas que nos distinguem?
E pq elas me fazem gostar mais ainda de vocês?
Alguém imaginou que nós nos aproximaríamos tanto em pouco tempo?
Que diabos se faz quando um colega de trabalho vira mais que colega de trabalho - e vai embora?
A gente desencana, se adapta e deixa que o contato diário fique anual?
Não sei lidar com perdas. Elas podem doer menos?
Será que eu estou dramatizando logo no segundo post?
Melhor parar, né?
Tá. Beijomeligasempre.

Não sei


Nem venha me perguntar: dúvidas não faltam por aqui.
É bem provável que este blog tenha nascido para libertar alguns pontos de interrogação que metem o dedo na minha gastrite. E pras coisas - que pelo menos parecem - sem explicação mesmo.
Me avise se tiver alguma resposta.